Hoje pela manhã eu e meu marido conversávamos à respeito da crise nos países europeus e nos EUA, depois li este artigo, e fiquei pensando, como nós não nos lembramos dos problemas em alguns países da África, às vezes valorizamos a riqueza cultural, artesanal, a beleza das paisagens, os animais que tanto chamam a atenção de todos, mas e a miséria? Como ainda não não vemos resultados concretos de mudança nestes lugares?
A imprensão que tenho é que o problema é "resolvido" apenas quando alguns artistas se preocupam com este contexto e abrem ONG's, fazem doações, adotam crianças, fazem músicas e etc(e quando o fazem, nós tiramos um pouco de nossas costas o peso da culpa histórica que temos), mas não vejo nada muito politico sendo realizado ou se quer discutido. Vejam bem não quero desfazer dos trabalhos voluntários, que bom que existam, que bom que artistas famosos e consagrados nos sirvam de exemplos voluntários, mas concretamente só ficamos com aquelas imagens de morte eminente em nossas cabeças, que de vez em quando aparecem nas reportagens, mas na realidade não conhecemos nada históricamente e politicamente deste países.
As imagens nos comovem, mas não fazemos nada de concreto...
Africanos morrem de fome e mundo ignora
Ranulfo Bocayuva
As imagens são chocantes e revoltantes: filas enormes de mulheres com seus bebês magros e famintos em busca de alimento, enquanto soldados armados somalis as vigiam contra possíveis ataques de rebeldes. Na verdade, estas cenas concorrem nos noticiários com reuniões de líderes europeus e americanos. Só se valoriza a África quando o tema é econômico, leia-se, seus cobiçados recursos naturais.
Vamos pensar um minuto: qual é a relação imediata entre a fome e a seca que podem matar 3,7 milhões de africanos na Somália, Quênia, Sudão, Eritreia e Etiópia e a crise na Europa e Estados Unidos?
A resposta lógica é a falta de prioridade a umas das piores crises humanitárias, em mais de 50 anos na África, por causa do agravamento das situações econômicas nas regiões capitalistas mais poderosas do planeta: EUA e Europa.
A comunidade internacional mostrou mais uma vez indiferença e lentidão, apesar das urgentes situações impostas pela corrosão progressiva das bases da União Europeia com a já esperada aceleração dos déficits fiscais das frágeis economias da Grécia, Portugal, Irlanda, Espanha e Itália, que pode inclusive provocar a expulsão de alguns destes países da ambiciosa aliança econômica e política para evitar o contágio da moeda, o euro. Simultaneamente, há preocupação crescente com os desafios do presidente Barack Obama para aumentar o teto da dívida astronômica americana da ordem de US$ 14 trilhões, que implicaria risco de calote com sérios impactos mundiais.
Estas duas crises capitalistas ofuscaram, sem dúvida, o contínuo drama africano. Desde o ano passado, os institutos meteorológicos já apontavam para a grave redução das chuvas no Nordeste da África, região normalmente seca e pobre, o que representava alerta para a provável falta de alimentos e água. Mas, segundo a ONU e a Oxfam, uma das importantes organizações humanitárias, os alertas foram ignorados.
Na medida em que a população mundial aumenta, a cada ano em 80 milhões de pessoas, totalizando hoje cerca de sete bilhões, a tendência é a falta de alimentos para nutrir a população, principalmente em regiões onde a degradação dos solos é mais intensa devido ao perigoso aquecimento global.
A Agência de Alimentação e Agricultura da ONU (FAO) calcula que, deste total, cerca de 1,75 bilhão de pessoas estão ameaçadas pela degradação das terras, porque é a produção agrícola que permite sua sobrevivência.
No caso de muitos países africanos, há ainda a guerra entre grupos rivais que impede a livre circulação de grupos populacionais em busca de refúgio. Rebeldes islâmicos somalis denominados Al-Shabab, aliados da Al-Qaeda, proibiram a entrega de alimentos em seus territórios. Era o que faltava para agravar ainda mais esta tragédia.
A nova crise do capitalismo, decorrente das “bolhas” imobiliárias entre 2007 e 2009, está levando o mundo a um estado de depressão semelhante à de 1929, quando os bancos não recebiam seus créditos e a economia ia por água abaixo com desemprego e miséria. O momento é, certamente, delicado, mas não se pode arrastar os africanos para o abandono total.
O Ocidente tem obrigações históricas e culturais em relação ao continente africano, em função de seus processos de colonização que geraram partilhas artificiais, conforme áreas de interesse econômico e político.
Não se pode apenas salvar bancos, mesmo que seja importante para evitar colapso econômico e desemprego em massa. Sem apoio, a África não sobreviverá: é preciso se investir urgentemente na produção de alimentos e proteção do meio ambiente. Talvez seja esta a chance para o capitalismo se reinventar por meio da lógica de produção de bens essenciais à vida.
Ranulfo Bocayuva l Jornalista e diretor-executivo do Grupo A TARDE
OI, KATITA, ADOREI O QUE ESCREVEU ACIMA, POIS DEMONSTRA REALMENTE O QUÃO VOCÊ É PREOCUPADA COM AS QUESTÕES SOCIAIS,SEM DEMAGOGIAS. PARABÉNS. AH, AMEI O COMENTÁRIO QUE VOCÊ FEZ EM MEU BLOG. GOSTO MUITO DE VOCÊ, COM QUEM APRENDI MUITO QUANDO TRABALHAMOS JUNTAS. GRANDE BEIJO, COM ADMIRAÇÃO E CARINHO, CARLA VILAÇA (CARLITCHA).
ResponderExcluirEi,
ResponderExcluirCarlitcha, acompanho seu blog de perto!
Beijos,
kátia Cardoso