quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pequeno Histórico e Entrevista

                     Bem, agora no Blog teremos alguns posts com a histótia do educador na Rede Municipal de Educação e algumas entrevistas com quem fez parte efetiva da luta na Educação Infantil de nossa cidade.
                      Para quem é novo na Rede Municipal de Educação ou para quem não conhece o histórico de luta dos educadores infantis,o início da histórica luta, tanto em relação ao cargo em si e também em comparação ao cargo de Professor Municipal da mesma rede:

A luta já inicia em 2004, quando os primeiros educadores infantis, já iniciam uma greve, com intenção de reinvindicar, os mesmos direitos dos professores municipais para a categoria, na época, os educadores infantis não teriam direito à férias escolares, ou seja, as escolas de educação infantil funcionariam ininterruptamente, plano de carreira diferenciado, salários que não chegavam a metade dos de professores municipais.A partir daí aconteceram muitas manifestações, algumas educadoras tiveram seus nomes levados à corregedoria do municipio, como forma de ameaça, foi um ano muito tenso, mas com algumas vitórias, os educadores infantis conseguiram o apoio da comunidade que não aceitou a escola funcionar de forma ininterrupta, pois tinham filhos no ensino fundamental e gostariam que as crianças tivessem férias juntas, desta forma, quando os educadores foram convocados à trabalhar nas férias em Janeiro, os pais se recusaram à levar seus filhos para a escola, as escolas abriram mas, não tinham alunos. Mas era só o começo, continua...

Entrevista

O blog entrevistou três educadoras infantis que contribuiram efetivamente na história da educação infantil, são elas:





Cristiane Nunes de Oliveira (Umei São Gabriel), ela também é professora municipal no Osvaldo(escola polo da UMEI São Gabriel)
Gislane de Souza Gama Oliveira (E. M. Prof. Marília Tanure Pereira)
Thaís Tavares Lacerda (Umei São Gabriel)



A quanto tempo vocês estão atuando na Educação Infantil de BH?

7 anos

Em que momento vocês viram a necessidade de criar a cartilha e qual era a proporção de educadores que esperavam que ela atingisse?

A idéia surgiu no coletivo de Educação Infantil, pois as perguntas que a categoria fazia nas visitas às escolas e nas reuniões do sindicato eram sempre muito parecidas. Este foi o primeiro caderno de formação em Rede como instrumento político-sindical dirigida à Educação Infantil . A expectativa era de abranger todo segmento da educação infantil, e ocasionalmente o restante da categoria também.

A cartilha traz perguntas e respostas, e que apesar do tempo, estão super atuais, mesmo assim muitos educadores desconhecem informações a respeito do cargo.Qual a opinião de vocês em relação ao conhecimento que o educador tem a respeito de sua carreira ?

As pessoas aqui no Brasil veem as leis como algo muito complicado e longe do cotidiano das pessoas. Poucas são as pessoas que se dispõe a ler e entender os textos legais e no nosso segmento isto não é diferente. No entanto, ao entrarmos na rede, sofremos uma forte perseguição da prefeitura decorrente da primeira greve que fizemos e fomos obrigadas (entre aspas - meu teclado está com defeito) a saber dos nossos direitos e deveres. Depois disto fomos descobrindo as resoluções e pareceres nacionais para sustentar nossas argumentações perante a PBH. Acredito que no segmento da educação infantil várias pessoas se qualificaram para o enfrentamento ideológico com a prefeitura, no entanto não são todas. Muitas ainda confudem por exemplo isonomia salarial com o plano de carreira, já que a isonomia salarial é uma das reivindicações da nossa categoria. Para isto a cartilha foi e é fundamental.

A cartilha nos mostra o histórico de lutas da educação infantil desde a implantação do cargo. Na opinião de vocês, quais frutos foram colhidos ao longo desses quase 7 anos de carreira do educardor infantil? Para quem iniciou em 2004 os frutos são bem visíveis como: férias junto com o professor municipal, o ACEPAT, o calendário letivo igual ao do ensino fundamental e até mesmo na remuneração - longe do ideal, mas maior do que antes. O reconhecimento também é importante e cresceu muito com a nossa luta. Hoje conseguimos ser ouvidas em várias situações, o que não acontecia no início (éramos ignoradas, principalmente na prefeitura).

A luta politica, a experiência e o conhecimento do cargo, nos amadurece, tem alguma opinião que vocês mudaram durante este tempo, que possa ser relatada?

Começamos a ver a necessidade de encampar em várias frentes ao mesmo tempo, pois só mandar ofícios e entregar cartas não vai garantir nossa equiparação salarial. No início acreditávamos que conseguiríamos convencer ideologicamente a prefeitura da importância do nosso cargo, hoje temos certeza que temos que expor a prefeitura para garantir que ela mude a postura (talvez nunca mude de opinião). Aprendemos também que uma ação hoje provavelmente só gerará frutos dentro de um ou dois anos (quem sabe mais). Inicialmente queríamos ver resultados imediatamente, gerando grande frustração. Com nossa participação no sindicato percebemos que vários movimentos hoje garantem uma conquista mais a frente.


O formato da cartilha é um veículo estratégico de informação ao cargo, aqui discutido, existe alguma proposta de divulgação da mesma, neste momento?

Infelizmente não temos conhecimento de como o sindicato pretende divulgá-lo e se é do interesse da atual gestão fazê-lo. Nossa corrente política (Coletivo Travessia) não está nesta nova gestão. A proposta de divulgação da cartilha foi aprovada na reunião realizada na UMEI Alaíde Lisboa, no dia 21 de junho, mas não sabemos quando a atual gestão do sindicato fará a distribuição.

Alguma mensagem aos leitores deste blog e outros que tratam do mesmo tema?

"Tenho cicatrizes, mas estou viva! "(Pagu)

"O que a vida nos pede é coragem!" (Guimarães Rosa)

Obrigada meninas, pela entrevista!

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